E vamos à luta
Há alguns anos atrás eu ouvia pela primeira vez, na Rádio USP FM, a música “E vamos à luta”, do Gonzaguinha, interpretada pelo próprio. Ouvi um tanto tardiamente, já que se tratava de uma música feita há mais de duas décadas. Mas isso pouco importou, pois não foi difícil me apaixonar pela música. Uma criação à altura do criador. Um belo retrato das lutas sindicalistas dos anos 80.
Embora a faculdade de Rádio e TV ainda não passasse de uma pretensão minha, eu já idealizava um vídeo para esta música. Acontece, porém, que minhas idéias surgem em proporção geométrica, ao passo em que eu as realizo em proporção aritmética. Por conta disso, “E vamos à luta” vem empoeirando-se na gaveta da minha caixola.
Recentemente comecei a defender uma tese, segundo a qual, quando se tem uma idéia boa, alguém na mesma galáxia pode estar tendo alguma igual ou bem parecida. E foi justamente o que aconteceu com a referida música. E não aconteceu em qualquer relação tempo-espaço, foi na mais cara da televisão brasileira: Globo, abertura da novela-das-oito. Ficou muito bom. E não ficou muito diferente do que um dia eu imaginara. Um verdadeiro convite aos não noveleiros.
Sim, é muito bom, mas não é perfeito. Para poder adequar a música ao tempo da abertura, montaram uma versão que lembra muito as feitas pela Mix FM. Para quem gosta da música, o corte desta versão chega a se tornar um ruído. É doloroso de ouvir. E um outro problema é que abertura de novela, especialmente a “das oito”, é um caminho quase certo para a banalização, ou se este for um termo exagerado, não podemos negar que uma hora elas (as músicas-temas de abertura) enjoam.
Um comentário:
"quando se tem uma idéia boa, alguém na mesma galáxia pode estar tendo alguma igual ou bem parecida."
ei cara, gostei disso. Vou copiar e falar pra todo mundo que é sua.
Abraço!
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